Monday, March 8, 2010

Estudantes da UFRGS são hostilizados por manifestantes contra Parque Tecnológico

Marcel van Hattem, estudante de Administração, chegou a ser agredido pelos manifestantes

Na última sexta-feira, o Conselho Universitário (CONSUN) se reuniria para debater e deliberar sobre a criação de um Parque Tecnológico na Universidade, projeto que está em pauta desde o início do segundo semestre do ano passado. Ao chegarem à reitoria, contudo, os integrantes do CONSUN depararam-se com dezenas de manifestantes contrários à apreciação do projeto naquela data, entre eles, estudantes da UFRGS ligados à antiga gestão do DCE e diversos integrantes do MST e Via Campesina. "Como pode alguém querer mais democracia na discussão de um projeto barrando os conselheiros de acessarem a sala do CONSUN para debatê-lo?", questionava, indignado, o estudante de Administração Marcel van Hattem, diretor de Relações Institucionais do DCE da UFRGS.

Juntamente com Marcel, Claudia Thompson (Engenharia Química) e Andrea Heisler (Medicina), também representantes do CONSUN, tentavam explicar à imprensa que cobria a manifestação que a posição oficial do DCE é de apoio à criação do Parque Tecnológico. "É uma minoria que está aqui fazendo barulho e dizendo-se representar os estudantes da UFRGS que seriam contra a implementação do parque. Somos favoráveis a ele pois trará benefícios, não prejuízos à sociedade", disse Claudia, citando a importância da transferência do conhecimento gerado dentro da Universidade à sociedade e as novas possibilidades de emprego a inúmeros alunos durante a graduação nas empresas que se instalarem no parque.

No final do último sábado, foram divulgados vídeos no YouTube da manifestação (veja aqui: http://www.youtube.com/watch?v=GIv9kp15diU e http://www.youtube.com/watch?v=R2XkJOvAIw). Neles, percebe-se com clareza a hostilização sofrida pelos membros do CONSUN ligados ao DCE Livre, em especial por Marcel van Hattem, que tentava, em vão, dar entrevistas à imprensa, enquanto era chamado de fascista. "Chegaram inclusive a me chutar durante a entrevista, uma vergonha", declarou. O DCE emitiu, desde sexta-feira, duas notas oficiais lamentando os episódios e chamando a Reitoria à responsabilidade por não ter garantido a realização da sessão do CONSUN, já que se sabia com antecedência que haveria manifestações e não tomou as providências necessárias para que o debate ocorresse.