Saturday, December 26, 2009

Cascata Sao Miguel


Cascata São Miguel
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Aproveitei o fim do dia de Natal e o sábado para passear um pouco. As belezas naturais da regiião são inúmeras. Na foto, a cascata São Miguel, que fica no bairro de mesmo nome em Dois Irmãos.
Esta foto tirei de cima da ponte de madeira um tanto quanto precária que pode ser acessada vindo de Ivoti, pela estrada que vem do Buraco do Diabo e passa pelo CTG do Municipio.
A área é muito linda mas menosprezada pelo poder público de Dois Irmãos - justiça seja feita, menosprezada há anos. Espero que alguém se dê conta disso e do tanto de recurso que a cidade pode estar perdendo por não explorar turisticamente o local em toda a sua potencialidade.

Monday, December 7, 2009

Sopro de ar - artigo de Denis Rosenfield sobre a eleição para o DCE da UFRGS

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi, durante décadas, controlado por grupos mais à esquerda da comunidade estudantil, com destaque para o PSOL, o PSTU, o PT e o PCdoB. Era como um jogo de cartas marcadas, em que esses grupos, entre si, disputavam o poder. O ambiente vigente era o de partidos orientados por ideias anteriores à queda do Muro de Berlim, como se, para eles, o mundo não tivesse mudado nem mostrado as vicissitudes da democracia totalitária. O mundo estudantil era um mundo de ideias bolorentas.

Temos presenciado, em particular, recentemente, no Estado de São Paulo, como estudantes cada vez mais radicalizados invadem prédios da Reitoria, impedem a entrada de professores e funcionários e procuram, de todas as maneiras, impedir o livre desenvolvimento do trabalho acadêmico e da pesquisa. A liberdade é fortemente cerceada. Sua preocupação não é a vida universitária, mas a política, servindo a primeira como mera correia de transmissão da segunda. O conhecimento e o mérito são simplesmente relegados. Falta um ar renovador nesse ambiente asfixiante.

Eis que, na UFRGS, conhecida como preponderantemente de esquerda, acontece algo totalmente inusitado. Um grupo de estudantes, não partidário, portanto, não vinculado a nenhum partido político, diz-se de "direita", enfrenta esses diferentes grupos/partidos de esquerda e ganha as eleições para o DCE ? 35 votos foram a diferença matemática que garantiu à Chapa 3 derrotar outras três chapas esquerdistas, uma delas formada por militantes do PSOL, outra por radicais do PSTU e a última por filiados do PT e do PCdoB.

O curioso aqui reside em que esse grupo não é apenas dito de "direita" por seus opositores esquerdistas, mas se assume como tal. Sabemos que essas distinções não deixam de ser relativas, pois, por exemplo, o PT, para o PSTU (e para o PSOL), é um partido que abandonou a "esquerda", por ter "traído" as suas posições doutrinárias. O PT, nessa perspectiva, ter-se-ia tornado "neoliberal". Convém, contudo, analisarmos quais são as bandeiras desse grupo de "direita", para que tenhamos uma visão mais precisa de sua concepção.

Em seu material de propaganda, eles estampam como preocupação central a excelência acadêmica. Suas demandas consistem em melhores laboratórios, mais verbas para a compra de livros e melhores condições gerais de ensino e pesquisa. Se essa é reconhecidamente uma bandeira de "direita", isso significaria dizer que os grupos de esquerda são contra a excelência acadêmica, melhores laboratórios e bibliotecas mais bem equipadas. O contraste, aqui, é particularmente evidente no que diz respeito a uma concepção de universidade e, por extensão, de sociedade.

Sabemos que esses grupos de esquerda têm especial ojeriza pelo mérito, que, no entanto, é próprio do desenvolvimento do conhecimento e da ciência. Alguns se destacam; outros, não. Alguns progridem; outros, não. Há uma diferenciação própria do avanço do conhecimento e da pesquisa, mostrando quão simplórias são as ideias de igualdade para dar conta de tal tipo de situação. Uma sociedade desenvolvida não aposta numa equalização por baixo do conhecimento e da ciência, mas numa diferenciação por cima. E é o conjunto da sociedade que ganha com isso, dos menos aos mais bem aquinhoados.

Outro anátema para a esquerda reside numa proposta de incentivar o empreendedorismo. A finalidade consiste numa maior integração universidade-empresa, com o lucro sendo revertido na formação dos estudantes e na pesquisa. Para eles, a universidade deve voltar-se para fora, não ficando fechada em si mesma, seguindo ideias conforme as quais qualquer envolvimento com empresas significaria uma perda de sua "pureza", uma queda no "mal". Caberia mesmo a pergunta: de qual "pureza" se trata? Só pode ser a "pureza ideológica" de ideias que vicejam no mofo. O novo programa estudantil está centrado no mercado de trabalho, com o após universidade, com a criatividade, com a inovação, com a interação com a sociedade.

Outra bandeira ostentada pela chapa vencedora foi a da segurança. Normalmente é esta, também, considerada uma bandeira de "direita". Com efeito, o novo DCE pensa que maior segurança é necessária nos câmpus universitários. Propugna até por um convênio com a Brigada (Polícia) Militar. Para a esquerda, é algo intolerável. Qual é, porém, a situação real, para além da demagogia? O que os estudantes ? e os professores e funcionários ? vivem na universidade é uma situação de insegurança, com roubos, assaltos e mesmo estupros. Alguns câmpus não podem ter, normalmente, cursos noturnos. Isso quer dizer que a "esquerda" pensa em manter essa condição de insegurança sob o pretexto de que a Brigada Militar não deve entrar na universidade? Quem responde, então, pela segurança, bem maior, de todo cidadão? Os militantes esquerdistas?

Uma outra ousadia do programa "direitista" consiste em proclamar o seu engajamento por eleições transparentes. Até agora as eleições foram feitas com urnas aleatoriamente dispostas em determinadas unidades, em horários igualmente arbitrários. Por exemplo, em unidades onde a "direita" era forte, as urnas funcionavam num exíguo período de tempo, dificultando, portanto, a participação, sobretudo de estudantes não engajados partidariamente. Em unidades onde a "esquerda" era forte, as urnas funcionavam durante todo o dia, num horário elástico. A nova proposta visa a ampliar a participação para todos os estudantes via meios eletrônicos, como o portal da universidade, mediante o uso de senhas. Logo, segundo a "direita", as eleições devem ser eletrônicas, transparentes, evitando a fraude, e propiciando ampla participação. A "esquerda" é contra, exibindo, aliás, o seu perfil "democrático"!

O mofo de certas ideias foi arejado por um sopro de ar!

Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRGS. E-mail:denisrosenfield@terra.com.br

Monday, November 30, 2009

Encontro de Competitividade no Panamá reuniu 32 jovens líderes latino-americanos


Um evento único. Assim foi descrito o encontro sobre Competitividade ocorrido na Cidade do Panamá e organizado pela associação dos ex-alunos da Georgetown University que cursaram o Programa de Liderança Política e Empresarial. Já em sua terceira edição, o programa reúne anualmente jovens líderes de diferentes países latino-americanos para discutir e aprender com palestrantes e professores como tornar nosso continente mais competitivo.
Em dois dias, repetimos a experiência que tivemos em Washington, desta vez no calor de um país da América Central e com colegas das edições de 2007 e 2008 do curso. Uma das oportunidades que pude aproveitar, foi a de apresentar aos meus colegas e professores o andamento do projeto de palestras para a Juventude Progressista em todo o país e pude, eu mesmo, falar um pouco sobre o que está ocorrendo no país, politicamente, neste momento.

É interessante estar num país da América Central como o Panamá porque confirma-se o que já percebemos em Washington: apesar de o Brasil fazer divisa com quase todos os países da América do Sul e seu povo falar uma língua não muito distinta do espanhol, falamos muito mais das notícias e da cultura que vêm da Europa e dos Estados Unidos do que nosso hermanos. Eles conhecem muito da cultura dos demais países da América Latina e a imprensa deles trata muito mais de assuntos regionais do que a nossa. E aí está a ironia: o Brasil quer tanto a integração regional e ser líder dos demais países latino-americanos, mas eles sabem muito mais deles próprios e de nós do que o contrário .

Thursday, November 26, 2009

Em São Paulo, visita a Francisco Turra


Aproveitando a estada em São Paulo durante o feriadão de 02 de novembro, fiz uma visita de cortesia a Francisco Turra, presidente da Associação dos Criadores e Exportadores de Frango do Brasil - ABEF - e ex-Ministro da Agricultura de FHC.

Ocupando Turra também a presidência da Fundação Milton Campos de Estudos Políticos do Partido Progressista, nossa conversa gravitou sobre o futuro do partido, especialmente a necessidade de sua inserção internacional. Ao concordarmos sobre a importância da integração regional e do diálogo entre partidos políticos do continente, apresentei a ele resultados práticos da minha participação, no início deste ano, do Programa de Liderança para a Competitividade Global de Georgetown, em Washington, DC.

Minha seleção para a temporada de estudos ao lado de jovens da América Latina e Península Ibérica também se deu graças ao apoio de Turra em uma carta de recomendação. O motivo principal da visita foi, pois, agradecer ao ex-Ministro pela sua indicação e colocar-me à disposição da Fundação Milton Campos, da forma que sua direção achar mais conveniente, para repassar aos demais progressistas os conhecimentos adquiridos em Washington.

Monday, June 22, 2009

Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, começou falando de financiamento de campanha e, depois, sobre um monte de outros assuntos que têm relação indireta ou nenhuma com o tema proposto... seguem frases:

"Querem proibir as empresas que financiam o caixa 2 de doar para o caixa 1"

"E se for financiamento público exclusivo, como se distribui a grana? Por isso que veio a história da lista... que acaba só beneficiando quem já está na política e os líderes partidários"

" A Reforma política não trata do problema central que é o de representação política no Brasil"

"Interesse deles [parlamentares em exercício do mandato]: grana de campanha e se manterem nos seus cargos"

"Não é uma reforma que importa para nós, eleitores"

"O presidente nomeia 30 mil pessoas, direta ou indiretamente, e o Estado de São Paulo, 20 mil. Porque um politico quer uma subprefeitura, a diretoria do INSS, pra quê? A resposta está no número de casos de corrupção no país: 3,7 novos casos de corrupção são noticiados POR DIA no Brasil"

"As relações entre Executivo e Legislativo no país - e vice-versa - é uma relação de achaque pelas verbas de contingência a que o primeiro tem direito"

Horário eleitoral nada gratutio: custou R$ 242 mi só em 2008!

Financiamento não é equitativo entre os partidos. Cristaliza desigualdade entre eleitores e entre partidos. O financiamento público pretende ser solução para ambos os problemas. Mas não é, diz Marcelo Barroso Lacombe. "Há outras ferramentas muito mais eficientes para combater isso e, inclusive, a corrupção". Na Europa, com excessão da Holanda - não sabia disso! -, que recebe muito recurso privado de indivíduos, o financiamento público é que compõe a maior parte das receitas dos partidos políticos. Alemanha, França... mas isso não foi sinônimo de erradicação da corrupção.

Na América Latina, nenhum país tem financiamento público exclusivo. No Brasil, uma parte da campanha, como já lembrei antes, é financiada por dinheiro pública - é o caso, por exemplo, do horário eleitoral na televisão e no rádio. Só que esse horário eleitoral não é nada gratuito: só em 2008, Lacombe disse que custou R$ 242 milhões em isenção fiscal para transmissão da propaganda partidária. Nos últimos sete anos, são R$ 2 bilhões, sem contar a inflação.

Pergunto eu: além disso, ainda querem um fundo de R$ 7,00 por eleitor a cada nova eleição? Me poupe... e poupem os cofres públicos!

"Sempre haverá interesses privados nas eleições"

Alfredo Englert, ex-presidente do TRE, me parece estar fazendo uma análise bastante coerente: melhor do que financiar campanhas exclusivamente com dinheiro público - que "não será a solução para todas as mazelas" -, é saber exatamente QUEM financia os candidatos.

Sempre haverá interesses privados nas eleições, disse o desembargador, e frisou, "sempre haverá". "As doações são legais, e não vejo nenhum problema em pessoas doarem desde que saibamos quem doou. Com o financiamento público, o financiamento privado vai continuar - e vai piorar!" Ou seja, com o financiamento público o candidato vai ter mais dinheiro garantido - o que virá do governo - e o caixa 2 vai inchar um tantão.

Mais fácil, ao meu ver, é fazer como nos EUA. Praticamente todo recurso é privado e qualquer cidadão, inclusive com cartão de crédito e pela internet, pode fazer doações ao candidato ou partido de sua preferência.

Ciclo de Debates sobre Reforma Política


A Camara Municipal de Porto Alegre está promovendo um ciclo de debates sobre reforma política, um dos meus temas favoritos (a programação completa você encontra aqui).

Começa com o presidente da Camara, vereador Sebastião Melo (PMDB), falando uma grande verdade: "reduzir a discussão apenas à lista ou ao financiamento público é esvaziar o debate, já que hoje em dia já se vota em lista - não existe candidato avulso - e o financiamento de campanha já é público para quem tem mandato". Para quem não tem também, aliás, já que o horário eleitoral gratuito de gratuito não tem nada e há, ainda, o Fundo Partidário.

Hoje o tema é financiamento de campanha. Vamos ver o que dizem Alfrdo Englert (ex-presidente do TRE), Marcelo Barroso Lacombe (Consultor legislativo da Câmara dos Deputados) e Claudio Weber Abramo (Diretor-Executivo da ONG transparência Brasil).

Thursday, June 4, 2009

Discurso de Graduação

Tive a alegria e a honra de ser o orador da classe 2009 do programa de Liderança Global da Georgetown University. O discurso, em espanhol, tratou sobre o apropriado tempo, espaço, motivação e oportunidade para "darle la vuelta a Iberoamérica", outra forma de dizer que queremos mudar muita coisa na nossa região. Agora, faltam poucos dias para a volta ao Brasil. Apresentamos nosso projeto final, que será tema de post no blog em breve. O discurso está em duas partes.


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Discurso a la clase de 2009 del Programa de Competitividad e Liderazgo Global promovido por el Latin American Board de Georgetown University.
Orador: Marcel van Hattem, de Brasil

Washington, DC, 2 de junio de 2009

El tiempo, espacio, motivación y oportunidad para empezar a darle la vuelta a Iberoamérica

Queridos amigos y queridas amigas,

En estos últimos días, escuché muy atentamente sus opiniones sobre qué querían oir en este día tan especial, y la respuesta fue unánime: queremos un discurso desde el Corazon, lleno de emoción, el cual refleje todo lo que hemos vivido juntos en este período aqua en Washington. Sin embargo, me encantaría hacerles una pregunta en este momento: pasión, emoción, podría ser diferente?

Este grupo representa lo que realmente es Iberoamérica, aquello que somos, aquello que nuestra gente es: gente que ama la vida y que es amada por la vida. Gente que le coloca en todo lo que hace un sabor especial, un toque que solo nosotros, iberoamericanos, sabemos dar. Personas que damos color a los colores, emoción a la emoción, pasión a la pasión, personas que dan vida a la misma vida!

Cuando llegamos a Washington, cuatro meses atrás, decíamos que eramos líderes del futuro, future leaders, nos llamabamos entre nosotros mismos. Usábamos este término con un aire bastante irreal, casi hasta con humor. Sin embargo, con el paso del tiempo, en las clases, en todas las vistias que hicimos, los contratiempos y los pasatiempo, toda la conviencia per se, los "future leaders" evolucionaron a los "global leaders", a estos lideres globales que esta tarde se gradúan.

Los proyectos institucionales, sociales, empresariales y politicos que se presentaron al Latin American Board, mostraron cada uno de ellos, repito cada uno de ellos, que estamos en condiciones de ser ahora e ya, líderes en nuestros países, líderes iberoamericanos, y sobre todo, líderes de nuestras comunidades. De "future leaders" a "global leaders", somos líderes capaces de darle la vuelta a Iberoamérica.

Lo curioso es que para llegar a este día y a esta convicción de que somos líderes, líderes capaces de darle la vuelta a iberoamérica, mucho ha pasado. Y es precisamente este proceso el que quiero recordar brevemente en este momento en que uds. me han concedido el honor de hablar en nuestra graduación, oportunidad que les agradezco con la más profunda sinceridad. Nunca antes fui orador, y debo decir que me siento halagado de poder hacerlo con el grupo nás destacado con el que jamás me encontré y en una de las universidades más prestigiosas del mundo entero. Después de todo, de verdad que somos Hoyas, no? Muchas gracias por la confianza.

Este grupo es total y extremadamente especial. No hay ni un solo miembro del que se pueda decir "este no hace la diferencia". Y es esa característica que hace de este grupo uno tan particular. La convivencia, iniciada en el mes de febrero, fue um factor absolutamente decisivo. Dimos honra al activity room de Oakwood, y desde el primer momento, tuvimos actividades de grupo tales como profesores y expertos dando charlas, así como las exposiciones de país. Con esto, ayudamos a complementar este curso, curso nuestro al final como dice el Prof. Ricardo Ernst. Y qué manera de hacerlo nuestro!

Durante estos cuatro meses vivimos un sueño hecho realidad, con todas las condiciones necesarias para que esta transformación se diera: tiempo, espacio, motivación y oportunidad.

El tiempo, de crisis económica, el cual siempre viene acompañado por una crisis política, como nos enseñó José María Aznar, se unió al espacio, Washington DC y aún de manera más específica, a la Universidad de Georgetown, de tal manera que hubiese sido inimaginable replicar esta experiencia en nuestras mentes. Hablando de tiempo y espacio, hay que recalcar que el espacio mismo albergó al Presidente Barack Obama quien dijo que llegará el momento en el que Wall Street dará lugar a Main Street y en el que Washington tendrá que tomar decisiones mayores, haciendo así del tiempo épico para este grupo.

La motivación de darle la vuelta a Iberoamérica, que día trás día ha sido abusada por el populismo caudillista que atrasava su desarrollo económico, político y social, se unió a la oportunidad que nos fue dada de entender mejor a nuestros países desde un ángulo externo y de resaltar la importancia de poseer valores básicos y fundamentales que nos unan y que nos lleven a un desarrollo sustentable y a una mayor competitividad. Si antes los valorizabamos inconscientemente antes de venir, regresamos convencidos de que ciertos derechos no se negocian y que defenderlos en nuestros países vale de verdad la pena, para nuestro bienestar y para el de futuras generaciones.

En virtud del tiempo, espacio, motivación y oportunidad, pudimos escuchar frases que llevaremos con nosotros para siempre. Escuchamos frases de todos los asuntos, de todo tipo de autoridad académica, política y empresarial. Y cada una de ellas, seguramente impactó de una forma particular nuestras vidas y ya las ha transformado en acciones que vamos a emprender cuando regresemos.

Nuestro curso, nuestro!, tiene entonces una característica que se destaca sobre todoas las demás, y que por apreciación personal, dejé para el final de mi discurso: la oportunidad única de aprender el uno con el otro lo que es liderazgo. Aprendi con ustedes mucho más de lo que podría esperar aprender en cualquier clase del mundo, y eso que estamos en Georgetown!. Aprendí con ustedes más de lo que hubiera aprendido con cualquier autoridad de este planeta, y eso que estamos en Washington! No es ejercicio de retórica, ni simple oratorio. Se trata en el hecho de constatar el hecho de que todos tenemos potencial y capacidad crítica suficiente para estar de acuerdo, no estarlo y hacer una diferencia de aquello.

Podemos no tener el conocimiento de un académico de Georgetown o el poder del presidente de Estados Unidos. Todavía! Sin embargo, poseemos la condición de buscar mediante todas las oportunidades e herramientas que nos han sido concedidades de ser protagonistas del cambio, de ser el motor que le de la vuelta a Iberoamerica.

Muchos recuerdos maravillosos también van a quedarse en nuestra experiencia. El campus de Georgetown, la biblioteca, el activity room, la loma....., los monumentos, los museos... y qué cantidad de museos!!!! el rugby, el point, el temple, el fútbol, Patrick, los mails del grupo (1000 al día?), las parrilladas, los paseos, las visitas a institutos, safeway y cvs, sweetgreen, la gocard, o'Donnovan's, waterfront, el calor de Riverside.... “tira uma foto!”

Quisieramos empezar los agradecimientos a Dios, por la oportunidad que nos dio de esta aqui y ya tambien decirle a ustedes, como un consejo personal, que siempre nos acordemos que nosotros somos todos iguales bajo los ojos de dios, independiente de que cargos ocupemos, independiente de donde llegarmos.

Quisieramos hacer un agradecimiento a nuestros sponsors, al Latin American Boards, que nos han dado las alas para vivir al máximo esta oportunidad. Agradezco personalmente al Sr. William Ling, que seleccionó a los brasileños gauchos, y así mismo a todos los sponsors respectivos, que creen en la valía de la juventud de nuestros países y que no solo dicen, sino que con sus acciones, están ayudando para que nuestros países caminen hacia adelante y sean más competitivos. Nuestra más profunda admiración y respeto por esas personas que nos han demostrado lo que es el liderazgo y lo que es compromiso con sus países y la región.

A Ricardo Ernst, alma del programa, que con su inspiración y motivación, inspira y motiva a todos para que sigamos con los proyectos que tenemos en mente. Eres el ejemplo de compromiso que tenemos que mirar, ya que desde USA vives y sigues apasionado por una regioón que, infelizmente, pierde importancia global año a año. Quédate tranquilo, vamos y estamos haciendo una diferencia!

A Diane Cabrera, por estar constantemente a nuestro lado, acompañandonos y sirviendo como el link entre Georgetown y nosotros, gracias por la atención. Gracias por darle un rostro humano a este programa.

A nuestras familias – novias, padres, hermanos, hermanas – que de lejos nos apoyan mucho en todo aunque nos extrañen mucho. Y cabe aquí un saludo especial a nuestro compañero Raul Strauss, de Bolívia, que sirve de ejemplo vivo de que la família viene antes que todo, teniendo que dejar el programa para acompañar el embarazo complicado de su esposa – que, gracias a Diós, hoy está bien.

Y a ustedes, mis amigos y mis amigas, que son la gente más admirable que he conocido en mi vida, les deseo todo de mejor en sus vidas – que no son solo la vida de ustedes, sino que la comparten ahora con todos nosotros. Yo lo pude sentir desde que llegué y aún más con lo que pasó con mi mamá el día sábado y con el apoyo que obtuve de todos. Me emocionó esto y, estoy seguro, las oraciones y mensajes de ustedes estan siendo fundamentales para su recuperación.

Me atrevo a usar un ejemplo tan personal, ya que al fin y al cabo, es la persona que está en cada uno de nosotros que importa. Y es por eso que aprecio a cada uno y a cada una de ustedes. Ustedes son gente decidida, gente apasionada, gente amiga. Gente que ama a la gente. Y este grupo ha sido tan unido en ese aspecto, y tan unido en si mismo para apoyarse y buscar el bien para los otros, que ya tenemos dos fechas tentativas para reunirnos – una en Panamá, en octubre, y otra en Brasil, probablemente en Junio. Ustedes son fenomenales... Nunca cambien!

Esto es lo que me llevo del programa: el tiempo, espacio, motivación y oportunidad adecuados para entrelazar a nuestra región.

Como me dijo un amigo "Los momentos mágicos son muy raros. Hay que beneficiarse de ellos sabiamente". Creo firmemente que todos nos hemos beneficiado de la magia que hemos compartido, y sabiamente debemos seguir creando nexos para esparcirla por toda la región.

Um abraço,

Muito obrigado.

Sunday, May 17, 2009

No jogo de beisebol


No jogo de beisebol
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Estamos assistindo Nationals de Washington e os Phillies da Filadélfia, na casa dos primeiros. Quem vem para os EUA realmente deve passar por essa experiência - assistir a um dos esportes nacionais favoritos num Estádio. Estou aqui com meu amigo Timothy Starker, que conheci na comunidade luterana Our Savior Lutheran Church, de Arlingtom.

Voto distrital - no Jayme Copstein de sábado

O colunista Jayme Copstein, que mantém coluna diária no Jornal O Sul, publicou ontem no seu espaço minha opinião, na íntegra, sobre o voto distrital que deixei no seu site.
Espero que esqueçam de uma vez de implementar o sistema de voto em lista... MvH

Voto distrital

Por Jayme Copstein (disponível em http://www.jaymecopstein.com.br/content/Default.asp?acao=CC&secId=1&ediId=277&calendario=17/5/2009&cntId=1596#1596 e publicado na edição de sábado do Jornal O Sul)

Diversos leitores honram a coluna com sua opinião no debate aqui colocado sobre a oportunidade de se adotar o voto distrital para corrigir a perversão política que infecta o Brasil, o voto proporcional, permissivo da corrupção por tirar do eleitor o poder de fiscalizar seus representantes.

Marcel van Hattem é bacharel em Relações Internacionais e especialista em Democracia Constitucional. Frequenta este espaço com alguma assiduidade. Atualmente, se encontra nos Estados Unidos, participando de programa do Latin American Board. Visitou recentemente o Congresso norte-americano e relata as suas impressões:

"Fico feliz com a repercussão do assunto voto distrital nesta coluna. Sempre fui favorável ao voto distrital, principalmente o distrital misto a princípio. Hoje, confesso que já estou mais inclinado ao puro mesmo. Nesta semana, visitei o Congresso americano e conversei pessoalmente com o deputado Lincoln Diaz-Balart. O orgulho do homem de dizer que estava há 18 anos como deputado e isso significava que ele trabalhava bem e que ser reeleito aqui era sinônimo de estar correspondendo aos anseios da população, me chamou muito atenção. Ele chegou ao cúmulo (isso pensei enquanto ele falava com a gente) de dizer que não conhece outro sistema no mundo em que o deputado seja um ombudsman para o eleitor como nos EUA.

Depois, quando voltei pra casa e pensei que o deputado não estava tão errado assim. Sim, exageramos muitas vezes e queremos copiar demais o que os gringos fazem nos Estados Unidos. Temos outra formação histórica, outra cultura, mas o princípio da política é o mesmo em qualquer lugar. A democracia representativa é feita de representação. E representação popular, não de entidades, não de classes, não puramente de ideologia. E nesse ponto, não tem nada que represente melhor o eleitor, o povo, uma comunidade, do que um deputado distrital.
Mesmo, sendo um deputado distrital, esse mesmo deputado – Lincoln Diaz-Balart – discutiu conosco temas nacionais e internacionais (!). Ou seja, ser vereador federal não é problema – é bom! Precisamos de gente em Brasília que se preocupe com a gente, nas cidades!

A função política em Brasília acaba empurrando-os também a discutir política nacional, bem como a Constituição e os outros Poderes. O que falta, é discutir o problema do cidadão. E sem responsabilização perante o cidadão, sem voto distrital, isso se torna impossível. Com lista fechada, pior ainda. Aí, sim, vão mandar as corporações, que vão querer ter os seus indicados no topo das listas, e o dinheiro, tanto das corporações como dos financiadores da campanha dos candidatos, pois ninguém sem recurso pra fazer campanha vai encabeçar uma lista. Impossível".

A propósito

Por que o deputado Fernando Marroni propõe plebiscito para "oferecer" a Lula um terceiro mandato, não o faz também em relação ao voto distrital? Por que ele aceita, sem discutir, que Zé Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e outras reservas morais da Nação empurrem garganta abaixo do povo brasileiro, o voto de lista, que tira do eleitor o direito de ao menos indicar quem deseja ver eleito para a Câmara Federal? É uma contradição insanável.

Saturday, May 16, 2009

A um clique de distância

Estou voltando de Nova Iorque - onde tivemos hoje um Brunch com a família Ling - para Washington... e blogando de dentro do ônibus. De tudo o que
estou aproveitando nesta experiência no exterior, sem dúvida uma das coisas
que mais vai me marcar é a utilização da tecnologia. No Brasil eu já tinha, havia pouco mais de um ano, um plano de dados no meu celular, que usava para
baixar emails, acessar a internet, usar o messenger e fazer chamadas pelo skype.

Aqui, porém, o meu aproveitamento dos diversos recursos à disposição aumentou exponencialmente. Além das aulas que tivemos na universidade sobre o assunto, o ambiente é totalmente propício por aqui para a exploração de novas tecnologias. Meu site, agora definitivamente no ar, interliga a maior parte das mídias sociais que utilizo. Meu Flickr recebe fotos que mando diretamente do meu celular, com título e descrição, e transforma automaticamente em post no meu blog, sem precisar entrar com login e senha ou sequer abrir um laptop.

No ônibus, posso utilizar a internet no meu laptop a viagem toda porque o veículo tem *wireless *grátis (a passagem custou US$ 19,00) - só não vou poder ficar conectado as quatro horas porque este ônibus em particular não tem tomadas para recarregar a bateria do laptop (os mais novos têm tomadas em cada banco). Enfim, a utilização da tecnologia e da internet quebra barreiras diariamente e, aproveitando o tempo que tenho às noites e nas madrugadas, muitas vezes exploro novas ferramentas que posso utilizar para *blogar*, *flickar*, *twittar e facebookear* com mais efetividade.

Cada vez menos somos incógnitos para o mundo. E cada vez mais depende apenas de nós tomarmos atitude e postar aquilo que queremos dizer e defender, afinal, comunicar-se, hoje, está a apenas um clique de distância

Friday, May 15, 2009

Encontro com Luis Alberto Moreno

Em vídeo, minha pergunta a Luis Alberto Moreno, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento sobre energias renováveis e sobre o tamanho do Estado na América Latina. Perguntou se era paulista. Não sou. Sou gaúcho, de Dois Irmãos. E o presidente do BID agora sabe.

Thursday, May 14, 2009

Apresentação do BID


Apresentação do BID
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Chegou Moreno, o presidente do banco, e iniciou com uma apresentação da instituição - em vídeo, uma palhinha. Em breve um post sobre o que Moreno disse aos jovens líderes latino-americanos aqui presentes.

Esperando pelo presidente do BID

O encontro especial de hoje organizado pela Georgetown é com presidente do BID, Luís Alberto Moreno. Estamos esperando ansiosos sua chegada.

Wednesday, May 13, 2009

Visitas ao Departamento de Estado e ao Congresso

Tivemos até aqui uma semana bastante especial. Depois de muitas semanas de atividades acadêmicas, as visitas que fizemos ontem ao Departamento de Estado - cujo post no blog continuo devendo - e ao Congresso Americano foram de aprendizado prático. Abaixo, uma seleção das melhores fotos dos dois dias.

Visita ao departamento de Estado:



Visita ao Congresso americano:

Como funciona a Câmara dos Deputados nos EUA?

Sim, nós já tivemos essa aula aqui. Foi na primeira semana. Mas... era teoria. Hoje, ouvimos de um deputado - chamado representative por aqui, ou representante - como é na prática. Lincoln Diaz-Balart, da Florida, abriu as portas do seu gabinete para nós e falou sobre como funcionam as negociações, as reuniões, as conversas entre os deputados para aprovar algum projeto. "Tem que suar. E suar muito". Segundo Diaz-Balart, poucos temas são partidários. "Nada aqui é 100% partidário. Republicanos divergem com republicanos e democratas divergem com democratas a respeito de muitos temas, e é isso que faz as coisas serem mais difíceis, afinal, chegar a um acordo não é fácil e envolve muita gente", ressaltou.

Diaz-Balart é autor da lei que deu ao Congresso o poder de decidir sobre o embargo de Cuba - se se mantém ou se se levanta. "Até 1996, era responsabilidade única do presidente o tema. Eu não podia aceitar isso, tem que haver debate sobre isso. Sou cubano-americano e me ocorreu essa idéia. Agora, não é o presidente quem decide isso sozinho. Pelo contrário. O congresso tem que tomar a decisão", disse. "Aqui se trabalha em coalizão sobre diferentes temas, unindo republicanos e democratas em torno de objetivos e interesses comuns. Se não fosse assim, certamente teríamos quatro ou cinco partidos surgindo de cada um dos dois partidos, de tanta divergência que há internamente".

O deputado também falou sobre como é seu trabalho nas bases. O sistema americano é de voto distrital e cada distrito elege apenas um deputado. "Isso nos aproxima mais do eleitor, somos um verdadeiro ombudsman. Cada deputado tem à sua disposição 20 assessores. Eu tenho a metade deles trabalhando nas bases. Quantas pessoas atendemos ao ano no nosso escritório local?", perguntou ele à sua chefe de gabinete, Ana Carbonell, ao que rapidamente respondeu: "cerca de 10 mil, com assuntos de todo tipo, desde moradia popular até assuntos de migração e de acesso a crédito para pequenas empresas". "Entendem?", continuou o deputado. "Temos de atender as pessoas bem, individualmente. E elas podem até discordar de algumas posições ideológicas no Congresso ou terem uma imagem ruim do Congresso de forma geral, mas jamais vão permitir que se fale mal do seu representante se ele a tiver ajudado. Essa é a beleza do sistema, estamos próximos do cidadão, ele sabe quem é seu representante. Todos na minha região sabem que eu sou o seu representante", contou-nos, ressaltando que nesse mandato fechará 18 anos como Representante, equivalente ao nosso deputado federal.

"A cultura aqui é de que o Representante é servidor da população. Cada cidadão é chefe do seu representante e por isso, como temos eleições a cada dois anos para deputado, temos de nos mexer e mostrar serviço ao máximo". A reunião, rápida porque a agenda estava cheia, teve também aula de direito constitucional americano. "Todos aprendem nas escolas que a Constituição Americana é escrita. Isso não é verdade em muitos casos. Como a Inglaterra, que tem uma Constituição totalmente não escrita, os EUA também têm muitos casos em sua legislação constitucional que não estão entre os sete artigos da nossa Constituição Escrita. Um exemplo é a aprovação de Leis no Senado, que exigem 60 votos. Isso nunca foi escrito na Constituição! Mesmo assim, é tradição e é, sim, no final das contas, um dispositivo constitucional, como tantos outros exemplos que eu poderia dar", concluiu.

Como o Senado americano vê a América Latina

Petróleo, Brasil, Cuba e México. Essas são as prioridades neste momento para a Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano no que diz respeito à América Latina. Carl Meacham, principal assessor de Richard Lugar, presidente da Comissão no Senado, falou conosco na tarde de hoje em frente à escadaria do Capitólio (a reunião estava marcada para as 14h dentro do Senado, mas uma série de contratempos acabou atrasando o grupo e, já que a partir das 15h a sala da Comissão já estava reservada, tivemos a conversa no "ambiente externo"). "Em relação ao Brasil, o que mais interessa-nos é a questão da energia renovável e amudança climática", disse, lembrando que foi muito sugestivo da importância do nosso país para os interesses estratégicos americanos a recepção na Casa Branca de Lula logo no início do mandato de Obama.

Quanto aos outros temas, o petróleo engloba tanto o México, como também o Canadá e a Venezuela. O tema cubano é importante neste momento devido à mudança na abordagem do governo americano com a nova administração mais em direção ao diálogo do que ao isolamento, com a real perspectiva de se levantar o embargo dos EUA à Cuba. "Contudo, não se trata de algo que os EUA esteja se inclinando a fazer por se tratar de uma atitude que vá beneficiar bilateralmente os dois países", advertiu. "Trata-se, isso sim, mais de uma atitude com vistas a promover um diálogo maior com todos os países da América Latina, já que a maioria, de uma forma ou de outra, cobra dos EUA que levante o embargo".

O México, que passa por dificuldades extremas agora no enfrentamento aos cartéis de droga, continuará sendo o país em que a política externa norte-americana para a América Latina mais está focada. "O México está ao lado dos Estados Unidos, há um grande número de mexicanos no país que votam, temos um grande problema migatório e agora o crescente problema do narcotráfico, o que põe o país como prioridade na agenda americana", disse Meacham. Contudo, não se sabe de que forma a política de Obama vai ser tão diferente da política de Bush. Ao menos no que se refere a recursos, se houver uma correlação direta, pouco mudará. "O orçamento veio da Casa Branca praticamente idêntico ao de Bush. Dos US$ 50 bilhões de dólares destinados ao departamento de Estado, apenas US$ 2,3 bilhões irão para o setor de América Latina", frisou. Ou seja, a retórica pode até estar mudando, mas até que a América Latina seja mais vista pelos Estados Unidos efetivamente como parceira estratégica, pode levar ainda bastante tempo.

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A Obamania continua


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Voltando do Capitólio hoje à tarde, caminhando pela Quarta Avenida, passei pela loja que se diz a loja oficial de souvenirs do dia da Posse do Obama. E não é de se duvidar. Um salão imenso, com camisetas, bonés, chaveiros, canetas, lápis... e um montão de cacarecos com o rosto de Obama e a logotipia da campanha.
A depender pela quantidade de estoque na loja, certamente a Obamania continua por bastante tempo ainda... ao menos até começarem as liquidações. A única que vi da campanha presidencial até aqui, aliás, foi a de camisetas do John McCain. 4 por 10 dólares na tendinha em frente à parada dos Museus Smithsonian.

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Tuesday, May 12, 2009

Visita oficial ao Cato Institute

Estamos em visita oficial ao Cato Institute. Apresentando o Instituto, Ian Vasquez, fala sobre os estudos que a organização faz sobre a América Latina. Mais informações mais tarde.

Revendedoras pedindo socorro

A crise da indústria automobilística americana é tema diário na imprensa. A interferência do governo em favor do setor para salvar os empregos na GM e na Chrysler, principalmente, atingiu níveis nunca vistos antes no setor aqui nos EUA - basta lembrar da interferência direta da presidência da república na demissão do antigo CEO da primeira.
Depois de sucessivos auxílios financeiros do tesouro nacional, porém, a situação não está melhorando. A Chrysler declarou que está falindo e a única solução de mercado vislumbrado é um acordo com a Fiat para produzir carros menores para uma demanda crescente desse tipo de automóveis por aqui.
No rol dos descontentes com a situação, os revendedores - principalmente depois de o governo defender uma diminuição no número de agências para reverter a drástica situação. Como se vê no anúncio de página na foto ao lado, o governo está sendo severamente cobrado - quando, na verdade, o problema todo reside na incapacidade da indústria nacional de competir em preço e qualidade com a estrangeira, em especial a japonesa.

Monday, May 11, 2009

Sobre o desemprego nos Estados Unidos

Fábio Padilla da Colômbia e Piero Ponce do Peru nos encontraram há pouco no Saxby's Café e sentaram-se para acompanhar-nos em um café. Nos jornais de hoje, outra vez a crise econômica. Na edição do New York Times de hoje (foto), os dois campanhan os gráficos publicados pelo jornal comparando os níveis de desemprego e de prejuízos dos bancos mas recessões dos últimos 25 anos.

Entrando


Entrando
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Agora, sim, entrando no Departamento de Estado.

Chegando ao Departamento de Estado Americano 2

Com José Alvaró Benages e Allisón Silva da Bolívia, Laura Tarchopoulus da Colômbia, José António Serrando da Espanha, Maria Isabel Santacoloma da Colômbia e Magdalena Acuña da Argentina, também chegando ao Departamento de Estado

Chegando ao Departamento de Estado Americano

Com Rodrigo Villarán do Peru, Patrício Bichara do México e José António Serrano da Espanha, chegando ao Departamento de Estado

Um amigo se une à caminhada

Correndo atrás de nós pensei que fosse um cachorrinho. Que nada, um esquilo, dos muitos que há por aqui, apareceu no caminho.

Caminhada ao departamento de Estado

Isso não vai prestar... Agora que descobri como blogar enviando emails direto do celular, quero ver parar...
Estamos José Alvaró e eu caminhando sobre a ponte Theodore Roosevelt em direção ao Departamento de Estado, onde temos uma visita agendada. Como se percebe na foto, o Kennedy Center se vê bem daqui.

European Open House

Neste final de semana, foi a vez de a União Européia abrir as portas de suas embaixadas em Washington. No total, 27 residências oficiais, casas consulares e representações diplomáticas de diferentes países europeus abriram suas portas neste sábado. O movimento foi intenso, principalmente nas embaixadas de países mais concorridos. E aí se percebe exatamente porque alguns países são tão mais exitosos na promoção turística, só pelo atendimento ao público já se nota. Postei fotos no meu flickr, confira:

Ilícito

Uma conversa com Moisés Naim, editor da Revista Foreign Policy e autor de Illicit

Mais de dez anos de pesquisa, viagens e entrevistas resultaram em um livro que trata sobre o lado obscuro do comércio mundial. A obra trata de todo tipo de comércio ilícito, desde o tráfico de pessoas, que afeta diretamente 4 milhões de pessoas e gira em torno de 7 a 10 bilhões de dólares ao ano, ao tráfico de drogas (que gerou, apenas às FARC no ano de 2003 quase 800 milhões de dólares), passando por aquele tipo que todos nós conhecemos e que fazemos de conta que não o é: CDs piratas, carteiras falsificadas e eletrônicos fabricados na Ásia e distribuídos no mercado informal antes mesmo de oficialmente lançados.

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O autor recebeu-nos na última sexta-feira no auditório da New America Foundation, que fica um andar abaixo da sede da revista Foreign Policy na área central de Washington. Naím é editor da revista, que é uma das mais renomadas no mundo quando o assunto é Relações Internacionais e vencedora de diversos prêmios de excelência; já foi Ministro da Indústria e Comércio da Venezuela, seu país de origem, e Diretor Executivo do Banco Mundial. A conversa que teve com o grupo de estudantes latino-americanos de Georgetown já é tradição – os jovens das duas edições anteriores do programa também tiveram oportunidade de conversar com Naím. Falou sobre seu livro e sobre o que vislumbra para o futuro da imprensa mundial.

“O problema e a solução passam pela política. E estamos perdendo a guerra”


Para apresentar o tema, um vídeo de dez minutos. Uma espécie de introdução visual tanto ao livro Illicit (em português, Ilícito - o ataque da pirataria, da lavagem de dinheiro e do tráfico à economia global. Jorge Zahar, 340 pp, 2006. R$ 54,00) como ao DVD da National Geographic baseado no livro. Ver imagens em vídeo, depois de ler a respeito já que cada um de nós recebeu uma cópia do livro antes do encontro, impactou e consolidou ainda mais a imagem do que significa o comércio ilegal no mundo – e como cada um de nós está envolvido.

De onde surgiu a idéia de fazer um livro sobre esse assunto?

“Estava caminhando na rua em Milão e, a duas quadras da loja da Calvin Klein estava um senhor, na rua, vendendo carteiras idênticas às que se encontram nas lojas oficiais – eu não conseguia perceber a diferença. Comecei a conversa com o vendedor e descobri que era praticamente um escravo: havia sido trazido da África ocidental, passou alguns meses no norte do continente em um quarto com outros dezessete na mesma situação e depois foi levado à Ilha de Malta. Dali, os chefes do esquema o levaram a Milão e o colocaram para vender as carteiras falsificadas nas ruas. De duas a três vezes ao dia, passava um carro para recolher o dinheiro que arrecadava com o negócio. No fim do dia, era levado para uma cidade satélite de Milão onde compartia moradia com outra dezena de pessoas na mesma situação. Se escapasse, a ameaça era de que matariam à sua família.
Logo em seguida, viajei para Nova Iorque e, no caminho para a reunião que eu tinha lá, encontrei outro africano vendendo na rua a mesma carteira da Calvin Klein e que me contou exatamente a mesma história: foi levado para o norte da África, depois de um tempo para Nova Iorque; ali, passava o dia vendendo suas carteiras em Manhattan e, de duas a três vezes ao dia passava um carro para recolher o dinheiro. No fim do dia, ia para Long Island, a mais ou menos uma hora de Manhattan, onde passava à noite em situação semelhante aos vendedor de Milão. Aí comecei a investigar a fundo como se dão essas redes e de que forma a globalização potencializou esse comércio”.

Como chegamos numa situação dessas?

“Nada disso pode acontecer sem envolvimento de governos – autoridades, oficiais, políticos e fiscais. Sem que ao menos dois governos estejam envolvidos é impossível o comércio ilegal. O problema e a solução passam pela política. E estamos perdendo a guerra. Se os governos não começarem a atuar em conjunto, a situação só tende a piorar – e nos últimos anos, não vi um único caso em que um governo tenha tido mais sucesso do que fracassos combatendo o comércio ilícito”.

O que é pirateado?

“Não há nenhum produto de êxito global que não tenha sido copiado. Nenhum. Claro que é proibido, mas tudo que tem valor comercial é alvo de pirataria”.

E o problema das drogas, que tanto afeta a América Latina?

“Para resolvê-lo, temos de parar de falar somente em probição versus legalização. É óbvio que ninguém quer que seu filho de 14 anos compre heroína, mas também já vimos que prender consumidores de maconha também não está dando resultado. Reunimos intelectuais e autoridades latino-americanas, como os ex-presidentes do Brasil (FHC), Bolívia (César Gaviría) e México (Ernesto Zedillo) para estudar o tema durante dois anos. Chegamos à conclusão de que o problema da maconha, em específico, é mais de saúde pública do que de criminalidade. O custo da proibição hoje, portanto, está sendo maior do que o da legalização. Isso não significa que queremos legalizar as drogas, mas que não se ataque mais apneas nos três eixos tradicionais: moral, educacional e punitivo. Nos EUA, uma geração inteira já não fuma mais cigarro porque sabe que os efeitos do cigarro à saúde são maléficos – e os da maconha também são. A nicotina, aliás, vicia muito mais do que o THC [princípio ativo da maconha]. Do ponto de vista da oferta e da demanda, é muito mais fácil um jovem de 15 anos nos Estados Unidos ter acesso a um baseado do que a uma cerveja ou a um maço de cigarros. Os países latino-americanos muito pouco podem fazer para controlar a produção de droga se não houver uma mudança de abordagem nos países que a demandam. Como convencer um camponês a deixar de plantar coca ou papoula se é mais fácil e muito mais rentável do que outras culturas e o mercado americano e europeu continuam demandando?”

Como atuam as máfias internacionais e quais são as mais importantes?

“Costumamos ter a imagem de que máfia é igual a Marlon Brando, é igual ao Poderoso Chefão, em que há uma estrutura de chefia, de pirâmide. A verdade é que a situação mudou muito. Hoje são redes internacionais que atuam, com o agravante de que os criminosos estão se politizando e a polícia está se corrompendo”.

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Quer saber mais sobre o livro? Em breve, resenha e opiniões quem o leu em www.marcelvh.com.br

Friday, May 8, 2009

Escravos da revolução

Nesta semana tivemos a oportunidade de nos encontrar com uma cubana que mora nos Estados Unidos há pouco menos de um ano e que nos contou como é a vida de quem defende a democracia na ilha de Fidel - literalmente. Seu nome é Bertha Antunez, e ela é irmã de Jorge Luis Antunez, que permanece em Cuba opondo-se ao regime e que, no ano passado, foi liberado da prisão: cumpriu sentença de 17 anos de cadeia por ter, aos 24 anos de idade, liderado um processo pedindo abertura democrática e liberdade no país.

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Falando pessoalmente com uma pessoa como Bertha, perguntando-lhe e ouvindo o que sofreram e sofrem ela, sua família, e todos os que defendem a democracia no país, é uma das poucas formas de se saber melhor o que acontece nesta ilha tão misteriosa. Imagine-se, você, viver num país em que absolutamente NADA é seu. Sua casa é do governo, seu carro é do governo, seu emprego é no governo... tudo o que você compra, por mais que você ganhe 10 dólares por mês – sim, esse é um dos salários mais altos em Cuba – na verdade não é seu.

Perguntamos a Bertha como vai a educação no país, já que normalmente o setor é tido como um dos pontos fortes da revolução. Nas palavras de Bertha: “todos aprendem e sabem ler e escrever; por outro lado, porém, a pessoas vão presas por ler e escrever”. E qual o conceito de democracia para o governo cubano? “Dizem que somos a nação mais democrática do mundo, pois todos são supostamente iguais. No entanto, ninguém tem liberdade para sequer pensar diferente do governo. Ou seja, é uma democracia onde temos a liberdade de dizer ‘viva Fidel!, viva Raul!’”, contou-nos. A mesma coisa, na medicina. Médicos formados em Cuba tem grandes dificuldades em passar nos exames em outros países.

Cuba chamou atenção nos últimos tempos por causa da ausência na cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago. Os socialistas do século XXI exigiam que os Estados Unidos levantassem o embargo contra Cuba e integrassem o país à Organização dos Estados Americanos. A grande verdade é que, enquanto as coisas iam bem com a União Soviética, e Cuba recebia recursos de lá, Fidel ria-se do embargo norte-americano. Agora, utiliza-o politicamente para justificar a miséria social, econômica e política a que submeteu seu povo, a gente como Bertha Antunez, seu irmão, e milhões de cidadãos simples de Cuba que não podem dizer o que pensam se pensam diferente do governo e não podem sair do país a não ser que fujam escondidos, vivendo como eternos escravos da revolução.

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Uma pergunta post scriptum: como tanta gente no nosso país e ao redor do mundo defende o regime cubano? Bem, à parte de serem livres para dizer o que bem entenderem por aí por viverem em sistemas livres e democráticos, muitos realmente não tem noção do que acontece na ilha e voltaria correndo aos seus países de origem se vivessem uma ou duas semanas por lá – a menos que fossem incorporados à burocracia governamental de alto escalão que, essa sim, vive bem. O ranço anti-capitalismo e antiamericano acabam gerando essas paixões por gente como Fidel e Che Guevara, assassinos inescrupulosos que que jamais deram valor ao indivíduo, antípodas da tradição cristã-ocidental. Falar bem de Cuba, apesar de feio, é admissível – até no seu círculo de amigos mais próximo você deve encontrar defensores de Cuba. O problema é quando começam a partir à ação – e isso, infelizmente, é o que está acontecendo em vários países da América Latina e pode significar muitos anos, senão décadas, de atraso para todos nós.

Biblioteca da Georgetown à meia-noite

Ao contrário das bibliotecas da Dona Ufrgs, que às oito estão fechando, aqui elas são 24h. A única vez que minha retirada foi solicitada foi um certo sábado às 3 da manhã. Entre 3h de sábado e 7h de domingo é o único horário que a biblioteca fecha. No mais, está SEMPRE aberta. Tirei uma foto agorinha de uma das áreas mais movimentadas no segundo dos seis andares da biblioteca.

Tuesday, May 5, 2009

Conhecendo um pouco da Austrália e da Indonésia

Uma das nossas colegas de curso, Maria Alegría Molina, economista Equatoriana, também participou do Passport DC. Pedi-lhe que escrevesse algo sobre as embaixadas que visitou e que eu não tive tempo de passar. Mantenho o original em espanhol sobre suas visitas às embaixadas da Austrália e da Indonésia e agradeço pela contribuição.

Conociendo un poco de australia y de indonesia

Por Maria Alegría Molina*

Embajada de Australia

La embajada de Australia fue una de las que mayor acogida tuvo entre los participantes del Passport DC. Para poder accesar a esta Embajada, tuvimos que permanecer 40 minutos haciendo fila, sin embargo consideramos que valió la pena. Durante nuestra estadía en esta embajada pudimos degustar 5 tipos de aceite de oliva, una variedad de queso australiano, y degustamos cordero, pescado y vinos de Australia. Todo esto mientras un aborigen australiano nos deleitaba con el sonido del didgeridoo (en la foto, Katherine Alva, de Peru).

Australia

Además de invitarnos a visitar Australia, la Embajada concentró sus esfuerzos en promocionar Australia como destino educativo, por las sgtes razones:
1. La calidad de la educación (tienen 6 de las 50 mejores universidades del mundo),
2. Australia da facilidad de trabajar mientras se estudia y lo que uno gana trabajando puede permitir cubrir hasta un 80-90% de los costos de manutención.
3. Australia tiene un excelente clima
4. Australia tiene una población muy diversa culturalmente, lo cual es un atractivo que invita a los a conocer y disfrutar.

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Para mayor información de los estudios, consultar www.latinoaustralia.com


Embajada de Indonesia



La segunda embajada que visitamos fue la de Indonesia, la cual es una mansión de la avenida Massachusets conocida como Mansión Walsh. Su primer propietario fue Thomas Walsh, quien compro la casa en 1901. En 1951, la casa fue comprada por el Gobierno de Indonesia.


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Dentro de los atractivos que se exhibieron en esta embajada, constan los dos muñecos de la foto, los cuales representan el “bien” y son usados en eventos típicos de Indonesia donde en una danza estos muñecos tratan de ahuyentar al mal.

Todos los visitantes salimos con un CD donde nos muestran un resumen de lo que podemos encontrar en Indonesia, y nos invitan a planificar un viaje a tan encantadoras islas, sobretodo a Bali que es tradicionalmente conocida como destino de lunas de miel.

Sunday, May 3, 2009

Um dia de visitas às Embaixadas de Washington

Washington, DC. Politicamente, a cidade mais importante do mundo, capital dos Estados Unidos da América. Por isso, também, tantos países têm embaixadas por aqui. Desde que chegamos, um dos interesses que tinha era de poder visitar um bom n~umero delas e conhecer um pouco da cultura de outros países. Não pensei que seria da forma como pudemos fazer hoje: gratuitamente. A culturaltourismdc.org organizou a Embassy Open House, que abriu as portas de 25 embaixadas para quem quisesse visitá-las. IMG_2669 Durante todo o dia, da manhã ao final da tarde, passamos por nove embaixadas. Sim, visitar as 25 era impossível. Como o dever chama, iniciamos nosso tour pelas embaixadas de Honduras, Guatemala, Costa Rica e Republica Dominicana, onde nos apresentamos como alunos do Programa de Liderança da Georgetown e o projeto que se está criando para a consolidação de um Fórum Democrático das Américas. Esperamos poder contatar os embaixadores dos respectivos países durante os próximos dias para tratar sobre esse assunto.

Descobrimos logo em seguida que havia uma linha de ônibus grátis esperando por nós para levar-nos às próximas embaixadas. Embarcamos e demos na da Arábia Saudita. Assistimos a uma apresentação típica e tiramos fotos em trajes árabes. IMG_2707 De lá, seguimos à embaixada da Tailândia, já somente Germano Guimarães e eu, uma vez que José Álvaro Benages tinha compromisso pela tarde com um alto oficial boliviano que daria uma palestra em Arlington - e que por fim não apareceu. A pedida na embaixada da Tailândia, obviamente, era o almoço, não somente pelo horário como também pelo tempero excelente que têm os molhos tailandeses. Arroz com frango, simples mas muito apetitos (US$ 5).

À tarde, de Dupont Circle seguimos a pé até as embaixadas da Massachussetts Avenue. Muito movimento em todas elas, das Bahamas à Venezuela passando pela da Indonésia. Para evitar filas e ganhar tempo, precioso pois nos restava pouco mais de uma hora e meia, decidimos visitar as embaixadas menos concorridas. Estivemos na pacífica africana Zâmbia, cuja representante ressaltava que o país tinha ótimas relações com os vizinhos do sul do continente e que não levantavam cartazes "fora América" mas, ao contrário, chamavam bem-vindos a todos os povos do mundo; e na embaixada de Nepal, onde se podia provar do famoso chá e conhecer esculturas do país.

Encerramos nosso dia visitando a embaixada do Iraque. País ocupado pelos EUA desde 2003, tem sua embaixada um pouco adiante da brasileira - que lamentavelmente não esteve aberta durante este final de semana. Conversamos com Ismael Hussain, um oficial do exército iraquiano que está agora posicionado nos EUA. Perguntado sobre a guerra, nos disse que as coisas "estão muito melhores". Quando já encontrávamos a porta da saída da embaixada, encontramo-nos com o embaixador do Iraque em Washington, Samir Sumaida'ie, com quem também trocamos algumas palavras. IMG_2730

Fotos: no flickr de marcelvh.com.br

Saturday, May 2, 2009

O incrível avanço da gripe suína



Ontem, no caminho pro café da manhã, avisos espalhados pela parede. Sintomas, prevenção, cuidado. Palavras-chave nesta semana de intensificação da gripe suína. Hoje, um email novo na minha caixa de mensagens. Avisos gerais da universidade e uma demonstração de que o departamento médico está tomando todas as precauções quanto à eventualidade de surgir um caso da doença aqui no campus. Quartos bem ventilados já estão sendo evacuados para "isolar" enfermos e viagens ao México de professores e estudantes que digam respeito a assuntos universitários estão proibidas até segunda ordem. Viagens não urgentes ao país são desaconselhadas.

Além disso, no email foi-se dizendo onde nos Estados Unidos surgiram casos de estudantes infectados, começando por um campus universitário em Indiana, passando por Nova Iorque e Delaware e, soube-se ontem, aqui nas proximidades de Washington, em um campus universitário de Baltimore surgiu outra suspeita. Baltimore, Maryland, está a menos de uma hora de carro daqui.

Tenho acompanhado o noticiário no Brasil e visto que está bastante alarmante quanto ao caso. Que ele é muito estranho e raro, isso ele é. Mas na Argentina já se proibiram inclusive todos os vôos para e do México.



Por aqui até o início da semana a situação parecia menos tensa: Obama chegou a dizer que a gripe preocupava mas não era alarmante. Claramente, agora, a situação é outra: o próprio presidente mudou o tom do discurso à medida que o número de casos de infectados já chegou a quase 100 no país. Agora, a indicação é lavar muito as mãos, ler as notícias, e saber quando a gripe chegará em washington.

Ops! Acabo de acessar o Washington Post na internet: um funcionário do Banco Mundial que viajou ao México neste mês pode estar contaminado. Pelo jeito, o departamento médico daqui da Universidade de Georgetown vai ter muito mais trabalho nos próximos dias...

Publicado no Jornal Dois Irmãos de quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sunday, April 19, 2009

A família é o mais importante

Nesta semana tivemos uma aula muito bonita do que é tomar decisões em momentos difíceis. Ao invés de um professor, no entanto, quem deu-nos a lição foi um colega nosso.
Raul Strauss, administrador boliviano e um dos mais entusiasmados colegas do nosso curso, é presidente de uma associação empresarial em seu país e tem se destacado por suas posições em favor da democracia toda vez que Evo Morales, presidente daquele país, atenta contra as instituições - o que ocorre com assustadora freqüência. Strauss tem uma característica especial: toda vez que fala, além de transmitir seu enorme carisma, fala com uma emoção de quem tem paixão por tudo que defende. Ainda que seja uma conversa informal, se percebe logo que o que defende é sincero e comprometido com o que acredita.
Nos últimos dias, contudo, sua preocupação era perceptível. Da Bolívia, as notícias de que sua esposa, no terceiro mês de gravidez, teve um descolamento de placenta, deixavam-no cada vez mais pensativo. Casado há pouco tempo, sem filhos, preocupou-se ainda mais com a notícia de que a segunda opinião que solicitaram a outro médico confirmara o primeiro diagnóstico.
Decidindo-se entre permanecer em Washington - sonho de anos seu e dos seus pais, que nunca tiveram oportunidade de pagar estudos para ele no exterior e estavam orgulhosíssimos pela conquista da sua bolsa - e voltar imediatamente a Bolívia para amparar sua esposa, ficou com a última opção. Ontem, levamos-no ao aeroporto. Resta apenas um mês e meio para o final do programa e o clima aqui agora está começando a ensolarar. Além disso, a perspectiva de recebermos nossos diplomas está cada vez mais próxima e a oportunidade de estar aqui, visitar tantas instituições da mais alta importância e conhecer autoridades que jamais poderíamos imaginar conhecer, é uma oportunidade imperdível. Bem, até certo ponto.
Raúl tomou a decisão correta. Independente de quem ou de quê conheçamos, do que fizermos ou do conquistemos, o que vale mesmo, aqui neste mundo, é a família. Apesar de tudo o que deixa Raúl para trás aqui, demonstrou para nós que saber valorizar aqueles que sempre nos valorizaram é fundamental. E, por isso, tenho certeza de que será não apenas um grande líder no seu país, fundamental para que a Bolívia, o quanto antes, seja um país em que prevaleçam as instituições democráticas e as liberdades, como também servirá de exemplo para todos os alunos de diferentes países latino-americanos presentes neste Programa.
E o mais bonito dessa historia foi que quem nos deu a licao foi um colega nosso, nao um professor. Nos momentos difíceis se provam e se forjam os verdadeiros líderes.

Monday, April 13, 2009

Sobre o voto eletrônico - Venezuela e Bolívia

Nós, brasileiros, confiamos bastante - talvez demais? - no voto eletrônico. Temos independência entre os Poderes e as denúncias de fraude em urnas eletrônicas são muito poucas e localizadas - lembro na época das eleições de denúncias em Roraima ou Amazonas de que um técnico do Tribunal Regional Eleitoral teria supostamente tentado vender por R$ 400 mil uma vaga ao Senado fraudando o sistema e outra da região Nordeste publicada inclusive na Veja.
Não digo que não seja possível a fraude em nossas urnas - muito menos que não haja muita gente que tenha a intenção de fraudá-las. Contudo, somos tão orgulhosos do sistema brasileiro de votação que nos perguntamos, quer dizer, a mídia se perguntava e nós a reboque, por que os americanos também não o utilizam quando deu o fiasco da recontagem dos votos na Flórida na primeira eleição de Bush, contra Al Gore.
Quando se refere à Bolívia ou a Venezuela, porém, a situação é outra. Chávez já tem controle sobre o Legislativo e o Judiciário. Seu perfil truculento e manipulador não só faz suspeitar de que possa fraudar o sistema como causaria estranheza se se descubrisse que as eleições por lá são 100% legítimas.
Um fato para corroborar esta pequena "suspeita" é a insistência do caudilho cocaleiro Morales em implantar o sistema na Bolívia. Acompanhe abaixo artigo sobre o assunto de Eneas Biglione, diretor-executivo da Fundação Hacer, sediada em Washington/DC (www.hacer.org)

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Bolivia: Padrón biométrico, el AS bajo la manga de Evo Morales

por Eneas Biglione *

No conforme con una ley electoral favorable a los designios del Movimiento al Socialismo (MAS), Evo Morales busca ahora imponer en Bolivia un sistema de padrón biométrico particularmente similar al de Venezuela, en el nombre de la modernización y el avance tecnológico. Pero analizando las características de la experiencia venezolana, podremos entender que esta medida, en caso de ser ratificada, quitará todo vestigio de transparencia de los comicios bolivianos, arrebatando de una vez y para siempre el control electoral de las manos del pueblo y de los partidos opositores, dejando el futuro del país a la sola discresión de un grupo “muy especializado” de ingenieros en sistemas.

Según Smartmatic, la compañía creadora del Sistema Automático de Votación (SAV) combinado con un padrón biométrico, éste fue instaurado con el objetivo de “facilitar de manera transparente y segura el derecho a sufragio”. Pero en terminos prácticos, el gobierno Venezolano guarda celosamente los detalles acerca de su funcionamiento. Tal información se encuentra reservada a su fabricante y a los miembros de la Comisión Nacional Electoral (CNE). En consecuencia, luego de emitido el voto, el sistema lleva a cabo un número desconocido de cálculos y procesos supuestamente destinados a acopiar, transmitir y totalizar el número de votos, dejando el futuro de Venezuela eternamente en manos de la “buena fe” del gobierno.

En ese aspecto interesa considerar las preocupantes conclusiones del informe del Grupo de Seguimiento Técnico (GST) que a duras penas intentó auditar el funcionamiento del SAV para las elecciones presidenciales de diciembre de 2006 en Venezuela. En dicho informe, el GST indica que la CNE le ha impedido llevar adelante una auditoría formal, ya que ha obstaculizando el acceso a la información basica requerida por un ente auditor, manteniendo en secreto entre otras: el listado completo de máquinas de votación y servidores de acopio de la información, los procedimientos para el desarrollo de las aplicaciones y los nombres y roles de los funcionarios que toman parte en el proceso.

En el referido informe, el GST enumera un significativo número de irregularidades técnicas en el sistema, entre las que cabe destacar: la utilización de memorias removibles (pendrives, que incrementan la posibilidad de alterar indebidamente la información) y la inexistencia de garantías de que la clave requerida para la transmisión de datos no sea informada a personal no autorizado. Finalmente, el informe del GST destaca que el sistema de captación de huellas digitales, destinado en principio a identificar impostores, transmite la información del votante identificado junto con su voto, lo que claramente acaba con el elemental secreto de sufragio.

¿Por qué debería el pueblo boliviano poner su futuro en manos de un sistema tan perverso y cuestionable? Un sistema que ha resultado a menudo duramente criticado por los expertos internacionales en materia de seguridad, por haber posibilitado la realización de fraudes incluso en el ámbito bancario.

En Venezuela, el sistema biométrico ha venido jugando un rol fundamental para los fines totalitarios de su gobierno desde su instauración en el año 2004. En breve seremos testigos si el AS bajo la manga de la administración Morales consigue su único objetivo: eliminar definitivamente la transparencia de los comicios y lo poco que queda de democracia en el nombre de la modernización del padrón electoral.

* Eneas Biglione es director ejecutivo de la Fundación HACER en Washington DC.

Saturday, April 11, 2009

Comitê de Pureza Racial discrimina auto-declarada parda


Pronto, a notícia que esperávamos chegou: o sistema de cotas acaba de instaurar um comitê de pureza racial - isso mesmo! - na Universidade Federal de Santa Maria. Poucos dias depois do nosso presidente da República trombetear que a crise econômica é responsábilidade dos loiros de olhos azuis, agora lê-se na ZH deste sábado, 11 de abril de 2009, que uma aluna já matriculada na Federal de Santa Maria foi chamada para uma reunião a portas fechadas para ser interrogada, humilhada e avisada posteriormente de que sua vaga não poderia mais ser chamada de sua.

Se o "julgamento" o tal Comitê de Pureza Racial - assim mesmo, sem aspas, e não me chamem de politicamente incorreto! - foi de que não merecia vaga porque Tatiana jamais sofrera preconceito, agora sim ela pode dizer que o sofreu. E bem sofrido. Acompanhe a notícia a seguir:

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Tatiana se diz parda, mas UFSM discorda e cancela vaga

Matrícula foi cancelada em menos de um mês de ano letivo



A permanência de Tatiana Oliveira, 22 anos, dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), depois da aprovação no vestibular 2009 para o curso de Pedagogia, não durou um mês. Ela começou o ano letivo no dia 9 de março e, na terça-feira passada, foi comunicada que sua matrícula foi cancelada. No centro da discussão para a perda da vaga, está o sistema pelo qual ela foi aprovada: ela se inscreveu como cotista afro-brasileira.



Logo depois da aprovação, Tatiana entregou os documentos que a UFSM exige dos futuros alunos. No caso dos cotistas afro-brasileiros, é necessária uma autodeclaração do aprovado dizendo que é negro ou pardo. Tatiana fez o que foi pedido e começou as aulas normalmente. A surpresa veio no dia 18 de março, quando ela foi convocada para comparecer a uma entrevista na reitoria.

Segundo Tatiana, na reunião estavam sete pessoas, três negras. Por alguns minutos, eles a teriam questionado sobre sua raça, se já havia sofrido preconceito e o porquê da opção pelo sistema de cotas. Tatiana, filha de branca e pardo e neta de negro, respondeu:

– Eu falei que me considero parda. Menos parda do que meu pai, porque minha mãe é branca. Respondi que nunca sofri preconceito e que escolhi me inscrever no sistema de cotas porque ele dá chance para que nós, de cor parda, possamos ingressar na universidade. Falei a verdade – diz Tatiana.

Depois da entrevista, ela foi comunicada pela coordenadora do seu curso que a sua matrícula foi cancelada. A decisão revoltou Tatiana e sua mãe, a técnica em Enfermagem Adriana Oliveira.

– O que a UFSM quer? Que só entre quem já sofreu preconceito? Ninguém aqui usou de má fé para conseguir uma vaga. A Tatiana só se inscreveu por cotas porque entendemos que era um direito dela. Mas, pelo jeito, agora teremos de definir a cor da minha filha na Justiça – indigna-se Adriana.

Para pró-reitor, Tatiana nunca se considerou parda

Conforme o pró-reitor de Graduação, Jorge Luiz da Cunha – que assina os documentos de cancelamento de vaga –, nos casos em que há dúvida sobre o que o aprovado declarou – em qualquer uma das modalidades de cotas: afro-brasileiro, estudante de escola pública, portador de deficiência ou indígena –, ele pode ser chamado depois de já estar cursando a faculdade. Esses alunos são submetidos a uma entrevista com representantes da Comissão de Implementação e Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas de Inclusão Racial e Social da UFSM.

No caso de Tatiana, a avaliação da comissão é que a estudante nunca se considerou afro-brasileira.

– Ela respondeu que nunca sofreu discriminação, que nunca se considerou parda, que se considera mais clara que outros integrantes da sua família, e que, no vestibular, foi a primeira vez que se disse “parda”. Partindo do espírito das políticas de ações afirmativas, a comissão, que inclusive tem representantes do Movimento Negro, entendeu que ela não se sente participante desse grupo – destaca Cunha.

Segundo ele, outros alunos, neste ano e no ano passado, quando o sistema de cotas da UFSM foi implantado, já tiveram suas vagas canceladas em função de não conseguirem comprovar sua condição. Outros processos estariam em andamento. O pró-reitor não soube precisar quantos casos de cancelamento já ocorreram. No mesmo dia em que Tatiana foi avaliada, outros oito foram chamados para entrevista.

Na segunda-feira, a família de Tatiana pretende ir ao Ministério Público Federal para tentar reaver a vaga.

– Tudo o que eu quero é que isso seja resolvido e que eu consiga minha vaga de novo – desabafa Tatiana.

fernanda.mallmann@diariosm.com.brFERNANDA MALLMANN

Link: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2472712.xml&template=3898.dwt&edition=12078§ion=1003

Wednesday, April 8, 2009

Liderança Jovem do PP Gaúcho Espera Coligação com o PSDB à Presidência em 2010

 

Marcel van Hattem, presidente licenciado dos jovens Progressistas gaúchos e 2o secretário da JP encontrou-se na noite passada com o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em Washington, DC. FHC ministrou aula para jovens do curso de Mestrado em Relações Exteriores da Universidade de Georgetown e Marcel, que participa junto com Germano Guimarães, secretário geral da juventude do PSDB do Estado de São Paulo de um Programa para jovens líderes latino-americanos, aproveitou para falar com o líder tucano após o evento. "Minha vontade pessoal é de que o PP coligue-se com o PSDB nas próximas eleições presidenciais", disse Marcel. "Sempre fui contra a participação do PP no governo Lula e creio que a melhor solução para o país estará em uma coligação com a presença dos tucanos e dos progressistas", adicionou. FHC elogiou a iniciativa dos jovens. Germano Guimarães, da juventude tucana paulista, concordou. "O PP foi um ótimo parceiro no governo FHC, e somará bastante nas próximas eleições presidenciais", afirmou. "Acho importante o diálogo entre os dois partidos com vistas às próximas eleições e acho que o PP já está caminhando para isso sob a presidência do Senador Francisco Dornelles", disse o ex-presidente sobre uma eventual coligação.

Redação JPG
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Monday, April 6, 2009

FHC fala sobre Drogas e Democracia

 

Hoje fomos ao instituto Brookings ouvir uma conferëncia que nos deu o ex-presidente FHC. Falando sobre o tema Drogas e Democracia (Drugs and Democracy), FHC co-preside a Comissão Americana sobre o assunto que lançou há poucas semanas um relatório em que defende uma mudança de paradigma no combate à droga. A palavra chave, segundo ele, é "descriminalizar" o uso pessoal, não legalizar a droga poderia acarretar a idéia de que drogas sejam boas. O instituto trouxe também debatedores que discordam desse posicionamento de FHC, como por exemplo John Walters, que foi chefe do departamento anti-drogas dos EUA. Eu considero contraditório o discurso de descriminalizar o consumo, que está no lado da demanda, sem ver o que passa no lado da oferta, do tráfico ilegal. O documento da Comissão de FHC é assinado também por Ernesto Zedillo, ex-presidente do México, e César Gaviria, ex da Colômbia - este último também presente no evento. Por mais que eu discorde da idéia da descriminalização defendida por FHC, sobretudo se não se percebem todas as implicações na segurança e saúde pública que podem acarretar, considero o debate muito importante pois as drogas são, certamente, um dos maiores problemas que temos no nosso continente, desafiando inclusive nossas democracias, e precisamos encontrar soluções para o combate. E, sem dúvida nenhuma, inspirou-me para estudar mais sobre o assunto para poder avaliar todos os prós e contras tanto da criminalização e repressão como no caso de uma eventual legalização das drogas.
 
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Wednesday, April 1, 2009

Aula com DOIS presidentes

 
Hoje foi o dia mais surpreendente de todos os que tivemos até aqui. Tanto que não poderia deixar de registrá-lo neste blog. Tivemos na mesma sala a oportunidade de ter uma aula com dois ex-presidentes: Andres Pastrana, da Colômbia, e José María Aznar, da Espanha. Aznar nos contou que esteve com Pastrana à tarde em algum evento em Washington e acabou conseguindo trazer ele ao nosso encontro. Tema do encontro: Plano Colômbia. Parêntesis: o Plano Colômbia iniciou no governo Pastrana e trata-se de uma parceria entre os governos norte-americano e colombiano para combater a droga no país que é maior produtor mundial de cocaína.
Anotei o tudo o que pude em meus cadernos sobre o que foi dito em aula com uma avidez que surpreendeu a mim mesmo. Além do interessante que é o tema, o debate que se gerou com duas pessoas que foram partícipes ativas no cenário político mundial foi algo inesquecível e que merecia registro. Como há liberdade de cátedra na Universidade, vou restringir-me aqui ao óbvio e entrar pouco em detalhes no que foi dito por ambos - o que não me impede de falar pessoalmente com alguém que se interesse sobre algum outro aspecto relevante abordado.
 
Os resultados do Plano Colômbia apontados como tangíveis pelo presidente foi o fortalecimento das Forças Armadas e a parceria alcançada com americanos e europeus. Estratégia número um para erradicar a droga: atacar os bolsos dos traficantes agindo diretamente sobre a fonte da droga. Para isso, achar um produto agrícola substituto para os camponeses é fundamental. Depois, a instituição de programas sociais para as famílias pobres do campo, tanto para jovens, como para a família deles - pareceu bastante com as bolsas de FHC e Lula. Contudo, atacar a produção sem golpear a demanda não adianta muito. Os países do primeiro mundo, por isso, precisam fazer mais campanhas contra o uso das drogas - coisa que, de fato, aqui nos EUA pouco se percebe.
Outro ponto interessante tocado foi a proposta de descriminalização das drogas, e aí houve dois pontos de vistas muito interessantes de ambos, que são contra esse tipo de solução. O primeiro, de Pastranas, é que descriminalizar poderia gerar uma epidemia, ou seja, um consumo tão grande de drogas que fugisse ao controle do governo e da própria população o seu uso e o tratamento da dependência. O segundo, argumento, este de Aznar, é que não adianta haver descriminalização apenas em um ou meia dúzia de países. Se fosse de fato descriminalizar, deveria ser geral pois não há como descriminalizar o lado da oferta e manter como crime nos países com alta demanda e vice-versa.
Dois pontos de vista, convergentes em alguns pontos e divergentes em outro, mas, sobretudo, dois pontos de vista de dois homens que foram presidentes de seus países e a quem tivemos a honra de ouvir e de fazer as perguntas que quiséssemos sobre um tema tão importante para toda a América Latina.
 
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