Wednesday, April 1, 2009

Aula com DOIS presidentes

 
Hoje foi o dia mais surpreendente de todos os que tivemos até aqui. Tanto que não poderia deixar de registrá-lo neste blog. Tivemos na mesma sala a oportunidade de ter uma aula com dois ex-presidentes: Andres Pastrana, da Colômbia, e José María Aznar, da Espanha. Aznar nos contou que esteve com Pastrana à tarde em algum evento em Washington e acabou conseguindo trazer ele ao nosso encontro. Tema do encontro: Plano Colômbia. Parêntesis: o Plano Colômbia iniciou no governo Pastrana e trata-se de uma parceria entre os governos norte-americano e colombiano para combater a droga no país que é maior produtor mundial de cocaína.
Anotei o tudo o que pude em meus cadernos sobre o que foi dito em aula com uma avidez que surpreendeu a mim mesmo. Além do interessante que é o tema, o debate que se gerou com duas pessoas que foram partícipes ativas no cenário político mundial foi algo inesquecível e que merecia registro. Como há liberdade de cátedra na Universidade, vou restringir-me aqui ao óbvio e entrar pouco em detalhes no que foi dito por ambos - o que não me impede de falar pessoalmente com alguém que se interesse sobre algum outro aspecto relevante abordado.
 
Os resultados do Plano Colômbia apontados como tangíveis pelo presidente foi o fortalecimento das Forças Armadas e a parceria alcançada com americanos e europeus. Estratégia número um para erradicar a droga: atacar os bolsos dos traficantes agindo diretamente sobre a fonte da droga. Para isso, achar um produto agrícola substituto para os camponeses é fundamental. Depois, a instituição de programas sociais para as famílias pobres do campo, tanto para jovens, como para a família deles - pareceu bastante com as bolsas de FHC e Lula. Contudo, atacar a produção sem golpear a demanda não adianta muito. Os países do primeiro mundo, por isso, precisam fazer mais campanhas contra o uso das drogas - coisa que, de fato, aqui nos EUA pouco se percebe.
Outro ponto interessante tocado foi a proposta de descriminalização das drogas, e aí houve dois pontos de vistas muito interessantes de ambos, que são contra esse tipo de solução. O primeiro, de Pastranas, é que descriminalizar poderia gerar uma epidemia, ou seja, um consumo tão grande de drogas que fugisse ao controle do governo e da própria população o seu uso e o tratamento da dependência. O segundo, argumento, este de Aznar, é que não adianta haver descriminalização apenas em um ou meia dúzia de países. Se fosse de fato descriminalizar, deveria ser geral pois não há como descriminalizar o lado da oferta e manter como crime nos países com alta demanda e vice-versa.
Dois pontos de vista, convergentes em alguns pontos e divergentes em outro, mas, sobretudo, dois pontos de vista de dois homens que foram presidentes de seus países e a quem tivemos a honra de ouvir e de fazer as perguntas que quiséssemos sobre um tema tão importante para toda a América Latina.
 
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1 comment:

  1. Marcel! Que benção termos uma pessoa cristã como vc entre os "poderosos" deste mundo! Saiba que estou orando por vc como filho de Deus atuante neste cenário político com visível testemunho cristão que tens dado!!!
    Um grande abraço!
    PR RAfael Wilske

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