Wednesday, February 11, 2009

"As an ideology, Communism is finished"

 

[Como ideologia, o comunismo acabou] Hoje tivemos a oportunidade de ouvir a uma conferência dada pelo ex-presidente da Polônia por dois mandatos, de 1995 a 2005, Aleksander Kwaniewski. Ele foi membro da juventude de um partido comunista durante sua juventude e, quando assumiu o governo em substituição a Lech Walesa - que foi um dos grandes artífices da abertura da Polônia ao mundo, a quem derrotou nas eleições de 1995, temia-se que pudesse voltar-se mais à esquerda.

O que ocorreu foi o contrário: abriu o país mais à economia de mercado; privatizou empresas públicas improdutivas; assinou a nova Constituição pela qual trabalhou arduamente como Constituinte de 1993 a 1995, e que substituiu a antiga, comunista, que apesar de escrita em polonês tinha notas do próprio punho de Stalin escritas nas margens do documento original; não só incorporou o país à OTAN como incentivou e ajudou outros países das proximidades a fazer o mesmo; e, o que certamente inscreveu o nome de Kwaniewski na História, foi a incoporação de seu país à União Européia mesmo com a resistência de países como a Alemanha, em virtude do medo da imigração e do metafórico polish plumber, ou da Ucrânia, pela rivalidade histórica. Ou seja, de revolucionário a reconciliador.

Fizemos várias perguntas a ele, vou postar algumas delas aqui. Iniciei o questionário da turma perguntado sobre o que ele pensa sobre o avanço do populismo e esquerdismo na América Latina depois de ele ter sido fundamental para virar as tristes páginas do passado comunista polonês, tendo em vista que os principais partidos de esquerda da América Latina estão organizados no Foro de São Paulo cujo moto é "recuperar na América Latina o que foi perdido na Europa do Leste.
 
Por um lado, as respostas foram alentadoras pois ele fez questão de separar a Venezuela de Chávez, o Brasil de Lula e a Bolívia de Morales, entre outras figuras deprimentes que eu poderia ter citado, da Cuba de Fidel. Para Kwaniewski, o perigo que representam essas lideranças e o estrago que podem causar está no curto prazo pois seus discursos não teriam mais consistência no longo prazo e novas lideranças, com outras idéias, ocupariam seus lugares. Contudo, o estrago que podem fazer neste momento não se pode calcular. Entre nós, parece mais um exemplo do pouco conhecimento que o mundo externo tem da situação latino-americana, que só não é pior porque com o poder que cada líder do Foro de São Paulo obteve com o passar do tempo, também cresceu o ego de cada um e o concerto entre eles para uma união com fins comuns não é, felizmente, algo fácil - sobretudo na disputa velada entre Lula e Chávez na América do Sul.

O que ficou de mais interessante na sua resposta, porém, foi o reconhecimento de que o comunismo não é para ele apenas uma página virada como, ainda durante sua juventude, passou de uma utopia para um desapontamento e de um desapontamento para uma frustração total. E o principal motivo do fracasso do comunismo, disse o ex-presidente, é que ele não entende o papel do indivíduo e do ser humano.

"No comunismo você é a sociedade, você não é um indivíduo. Hoje você até pode organizar sociedades e comunidades baseados em valores comuns, mas o mais importante é o ser humano, o indivíduo - e isso o comunismo não entendeu"
. É bom que fique registrado. Isso o comunismo não "entendeu". Então porque ainda tem tanta gente que insiste nessa idéia amalucada? É o que me pergunto... E foi mais adiante, "democracia significa debate, troca de idéias, comprometimento, algo com o que o comunismo não consegue conviver pois necessita de um poder ditatorial para funcionar, para obrigar quem não aceita a idéia do comunismo a fazer parte do sistema". Por isso, Chavez is about how to use old ideas in a new situation.

 

No comments:

Post a Comment