Friday, February 20, 2009

Quinta-feira internacional

 
Hoje pela manhã - na verdade ontem -, participamos da Quinta-feira Internacional (International Thursday) da Atlas Economic Research Foundation, que defende o livre-mercado como ferramenta para promover sociedades livres e a liberdade no mundo. Tive a felicidade de encontrar-me pessoalmente com Yiqiao Xu, diretora de programas da Atlas, e com o presidente da organização, Alex Chafúen, que está na foto mais abaixo. Conheci os dois em um excelente seminário organizado por Heitor de Paola em São Paulo sobre Democracia Liberal - uma pena que não houve mais edições. Já estou agendando com o Sr. Chafúen um dia para entrevistá-lo e publicar aqui no meu blog suas impressões.

Hoje pela manhã - na verdade ontem -, tivemos três palestrantes na sede da Atlas. A primeira foi a russa Tatiana Kryzhanovskaya, Doutora em Geopolítica e Geografia Econômica pela Universidade de Astrakhan (Rússia). Ela apresentou um pouco da crise global do ponto de vista do seu país, citando a política de demissão de estrangeiros sustentada pelo governo, como no exemplo dos chineses que trabalham na Sibéria. A situação da Rússia está bastante crítica, com uma indústria automotiva obsoleta - o Lada continua sendo fabricado, ao custo de US$ 10 mil dólares, mesmo valor segundo Tatiana de um Ford Focus no país -, e as liberdades estão muito restritas. A imprensa, por exemplo, está toda controlada pelo governo e think tanks simplesmente não existem.
O mais interessante - e triste - dos seus relatos, foi o de que apenas 5% da população russa hoje têm de fato consciência do que está acontecendo no país, governado autocraticamente por Vladimir Putin há mais de uma década, e que, por isso, não tem capacidade de alterar o quadro no curto prazo. Este percentual refere-se aos jovens que nasceram entre 1978-1984 e viram o comunismo ruir e souberam o que era a democracia no país sob o governo Yeltsin. "They experimented the change from what we had (democracy) to what we are going to have (autocracy)". Perguntada sobre qual seria sua primeira atitude se fosse primeira ministra, respondeu: enforce the rule of law.

Sobre os demais painelistas vou escrever amanhã. Os assuntos foram interessantes: política energética argentina, a guinada à direita do espectro político israelense e os desafios para a segurança na América Latina, com três especialistas nas respectivas áreas. Amanhã também postarei um texto sobre a conferência de que participamos hoje na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento sobre Energia Renovável, na qual debateram eminentes figuras chilenas, bolivianas, colombianas e norte-americanas sobre este assunto que tem se popularizado cada vez mais. Vou encerrar o expediente por aqui pois amanhã temos aulas em Georgetown das 9:30 às 19:30, e já são quase três da manhã.

 
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